Pensando alto num dia de chuva

Isaías Jacomeli
3 min readNov 14, 2019

Num dia como outro qualquer, numa conversa daquelas com um motorista da Uber que sempre começa pra quebrar o gelo, mas acaba evoluindo para política, dinheiro e insatisfações pessoais. Corriqueiro. Mas me chamou a atenção e me fez vir aqui pensar alto.

Que coisa engraçada a visão que algumas pessoas tem e o julgamento que fazem daqueles que atingiram o máximo de sucesso em suas carreiras. Me faz pensar, o que essas pessoas fariam se fossem elas? Será que essas crenças não são os fatores limitantes da vida delas? Pergunto porque minha mente começou a vagar nessas questões a partir do momento que ouvi as seguintes frases: "Ah, eu queria mesmo é saber como é ser podre de rico, ter essa sensação de poder ter tudo e não se preocupar com nada.", "veja, ele só anda de helicóptero, maior vida boa, só usa coisa cara…enquanto isso, vou ficar aqui esperando minha Mega Sena sair, confio nela. Só assim pra ter um dinheiro desses.".

Pensei comigo, acho que essa pessoa não entendeu que quanto mais se tem, mais se é cobrado sobre isso. Uma relação de intensidade, coerência, entrega e intencionalidade. É só observarmos quantos ganhadores da Mega levam milhões para o bolso e em pouco tempo estão sem nada novamente. Ou olhar também para a quantidade de tempo investido na carreira e para onde vão definitivamente os recursos das tais "pessoas de sucesso".

As pessoas, em sua maioria entendem que ganhar dinheiro é apenas em seu salário ou por sorte e não por um trabalho lógico, intenso e estratégico, como no caso de um amigo que perguntou a uma colega "De onde você acha que vem o dinheiro do seu patrão? Não sei, ele deve ter muito! — foi a resposta". Penso que é engraçado como existem reações em conversas sobre dinheiro, ganhos e recursos, com perguntas como "o que ele fez para conseguir?" como se fosse uma fórmula ou predestinação, não pensando no quanto as tais "pessoas de sucesso" trabalham e fazem com que seu próprio dinheiro trabalhem para eles, gerando mais riqueza, e também penso em como fomos religiosamente educados a olhar para o sucesso e riquezas como algo ruim, pecaminoso, beirando o anti-divino. O que definitivamente não faz sentido, principalmente se entendemos que Deus é o rei, proprietário de todas as coisas e voluntariamente escolheu compartilhar com seus herdeiros. Ou seja, a riqueza não é o mal do homem, mas a forma com que o homem a corrompe e usa sim, mas isso também já é outra conversa.

O sucesso por si só, não é uma "barreira intransponível para meros mortais".
É um caminho para quem tem vontade e estômago e olham com outra visão, além de vaidades e prioridades vãs. Essa é uma terra para propósitos em que as pessoas não são definidas pelas cifras que possuem.

Terminamos a viagem e seguimos felizes nesse dia chuvoso.

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Isaías Jacomeli

Designer Cristão escrevendo sobre sua relação com o Reino, Branding, Criatividade, Negócios, Design e Tipografia. Conta alt. @LostEmpire